Fala sério! Não tem vodca?!

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Photo By: Eduardo Xerez, São Petersburgo

Verão europeu, férias e a vontade latente de me aventurar mais uma vez! Verifiquei no portal, até onde as milhas na minha conta me levariam. Helsinque! Nada mau. Mas eu ‘tava a fim de algo novo, e Helsinque eu já conhecia. Se bem que da Finlândia seria um pulo de gato até a… Rússia! Yuhuuu! É isso! Eu tinha um plano. Quer dizer, mais ou menos. Então me joguei pra Helsinque pra de lá seguir de ônibus pra Rússia.

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Sábado. Depois de cerca de 7,5 horas de ônibus lá estava eu em São Petersburgo. À beira de um canal desconhecido. Super ansioso pra conhecer Andrey e Max, que me pegariam ali próximo loguinho. Eu ficaria na casa deles por alguns dias fazendo couchsurfing, antes de seguir pra Moscou. Não esperei muito até o casal chegar. O primeiro contato pessoalmente ocorreu meio estranho. Os dois rapazes pareciam tímidos (ou talvez decepcionados com minha persona ao vivo). Entramos no carro praticamente sem conversar. Pelo contato via internet eles tinham me avisado que falavam Inglês muito mal. Por acaso eu tinha feito duas disciplinas de Russo aquele semestre e me arriscaria nessa língua difícil pacas! Era o jeito. Mas logo no carro constatei que eles tinham exagerado. Falavam Inglês bem direitinho. Então era só seguir pra casa deles no centro, bater um papo e dar uma volta pela cidade. Só que não! Já no carro me disseram que iríamos sim, até em casa, mas só pra deixar minha mochila. Pois iríamos pro aniversário de um amigo em sua casa de praia. Ou seja, fora da cidade. Ok, ok. Nessas Mundo-afora-com-eduardo-xerez-sao-petersburgo-03-press-abroadhoras bate um certo ceticismo brasileiro, mas eu ‘tava a fim de aventura mesmo. Vamo’ nessa! Nem levei muda de roupa, já que chegaríamos à tardinha e voltaríamos alguma hora da noite.

Chegamos! A casa parecia bem legal. O Aniversariante, Sasha, e seu namorado Vladmir nos deram as boas-vindas. Mega simpáticos. Era uma festa bem reservada. Talvez umas 10 pessoas; sendo apenas uma mulher e única hétero, a divertida Anna. De estrangeiro só eu. Imagina só, teu primeiro dia na Rússia e tu já cai de pára-quedas em uma festinha privada numa casa de praia! ‘Tou gostando desse negócio. Vamos beber! “Eu tomaria vodca com algum suco.” Disse eu todo empolgado. “Não temos vodca.” “Fala sério, Vladmir! Alguma dessas várias garrafas no balcão deve ser vodca.” Eles deveriam ‘tar me sacaneando. “Super sério. A gente não bebe vodca.” Uma festa russa sem vodca! Para! Meu sistema ‘tá dando erro. Ou eu ‘tou pensando muito clichê? Então ‘tá. Vou de Bacardi. E a festa ’tava iniciada!

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A maioria arranhava no Inglês. Beleza! De vez em quando eu tentava impressionar com meu Russo, e eles ainda me ensinavam alguns termos “indispensáveis a um jovem”. ‘Tava sendo muito bem tratado. Super hospitaleiros. Em algum momento ficou claro que dormiríamos por lá. Todos. A casa era até grande, mas não tinha lá tantas camas. Eu fiquei com o sofá-cama só pra mim. Quero dizer, até o instante que notei a presença do Sasha e seu cachorro ao meu lado. Boa noite!

O dia não ‘tá lá dos melhores, mas vamos descer pra praia mesmo assim! Nada comparável a praias tropicais, mas que tem seu encanto. Uma tranquilidade… À noite, já de volta a São Petersburgo, Mundo-afora-com-eduardo-xerez-sao-petersburgo-05-press-abroadAndrey e Max me levaram até o rio Neva pra ver as pontes se erguendo pra passagem dos barcos, uma famosa atração no verão, mas que, sinceramente, não acho nada de especial. No entanto, eu adoro estar próximo à água. E praquela noite era um
programa adequado. Fato é que minhas férias
estavam simplesmente maravilhosas! Nos próximos dias eu explorei as várias facetas de São Petersburgo. As esplendorosas e as não tão belas. Com vários clichês – felizmente – destruídos, tomei meu trem noturno pra Moscou com a certeza de que tinha feito amigos, que logo logo adoraria rever. Eu nem imaginava o que me esperava em Moscou…

Fotos: Arquivo pessoal/Eduardo Xerez