Quem tem alergia ou intolerância a algum tipo de alimento sabe que comer fora de casa é um desafio e tanto! Aquela fome que bate de forma inesperada não é bem-vinda quando se está na rua. É preciso andar sempre preparado com lanches salgados e doces para qualquer emergência. Opções sem glúten, sem lactose, sem ovos ou qualquer outro ingrediente capaz de provocar reações terríveis no organismo de quem tem intolerância são raras e pouco seguras. De um modo geral, quem trabalha com comida desconhece o impacto da contaminação cruzada desses ingredientes em organismos que os rejeitam.
Quando se está em outro país, a dificuldade pode ser ainda maior, já que descochemos os estabelecimentos comerciais. As regras mudam de um país para outro e nem todos são obrigados a colocarem na embalagem a lista de ingredientes que provocam alergia ou contaminações em determinado produto. Mas viajar por aí pode começar a ficar mais fácil quando o assunto é comer fora. A boa notícia é que alguns países começaram a perceber que isso precisa mudar.
Mudanças na Europa
A conscientização é uma longa batalha de associações e dos próprios familiares de pessoas com restrições alimentares. Mas ainda a mobilização não é suficiente. A Europa mudará as regras na transmissão de informações de alimentos ao consumidos a partir de 13 de dezembro desse ano. Agora, os restaurantes terão que deixar claro em seus pratos a presença de 14 tipos de ingredientes que atingem pessoas com alergia alimentar. São eles: glúten, crustáceos, ovos, peixe, amêndoas, nozes, soja, leite, mostarda, aipo, sementes de gergelim, dióxido de enxofre e sulfitos, tremoço (um tipo de grão) e moluscos . Além disso, a embalagem dos produtos em supermercados, por exemplo, terão que trazer a informação de possíveis alergias.
A determinação envolve tanto os fabricantes de produtos industrializados como os estabelecimentos que revendem comida – restaurantes, cafeterias, bares. Diferente do Brasil onde a informação já era obrigatória, algumas companhias na Europa faziam isso apenas por iniciativa própria. A partir de 13 de dezembro, com prazo de dois anos de adaptação, todos os produtos deverão apresentar na embalagem os ingredientes, com destaque para os que podem oferecer riscos a pessoas com alergias ou intolerâncias, e informações sobre possíveis contaminações.
Essa determinação será um passo para intensificar também o treinamento dos funcionários de restaurantes e cafeterias ao lidar com pessoas com restrições alimentares. Ainda não ficou claro como esses estabelecimentos vão ter que repassar a informação dos alergênicos, mas, de fato, precisão ter conhecimento sobre o que eles significam quando forem questionados por um cliente.
Segundo a revista “Deutsches Ärzteblatt International”, da Associação Médica Alemã, a estimativa é de que mais de 20% da população de países industrializados sofram de intolerância ou alergia alimentar.
Imagens: Reprodução