Em menos de um mês no mercado, o iPhone 6 já é sucesso entre os fãs da Apple. A expectativa de lançamento foi melhor que o esperado – quebrando recorde, foram mais de 10 milhões de unidades do iPhone 6 no primeiro fim de semana de lançamento. Na China, a pré-venda oficial da Apple começa só neste dia 10 de outubro e operadoras e lojas autorizadas já começaram a permitir reservas do aparelho. O estoque inicial de 2 milhões de iPhone 6 esgotou-se em 6 horas.
Acompanhei de perto como essa marca mexe com o imaginário de tanta gente. Em viagem aos Estados Unidos, um amigo que mora na Irlanda estava disposto a sair de lá com o iPhone 6. Por uma semana, ele tentou comprar o aparelho. A saga começou pela loja principal da Apple no centro da cidade de Nova York. Num sábado à noite, havia uma certa fila em frente à loja, mas nada tão assustador. Dentro da loja descobrimos que isso era porque o aparelho estava em falta. Comprar só se for online – e se estivesse disponível! Mas não estava. A fila, que lá dentro era ainda maior, era para a retirada do iPhone 6 de quem comprou pela Internet. Os vendedores, sem muita vontade, como quem faz um favor para o cliente, disseram para tentar no outro dia, quando novos aparelhos deveriam chegar.
Outro dia, mais uma tentativa em outra loja grande da Apple na região central – a história se repete. Sem aparelhos na loja, sem aparelhos online. Na manhã seguinte, estariam disponíveis. Amanheceu e lá foi meu amigo para a loja. Mais uma vez, outro vendedor com arrogância anunciou que as senhas tinham acabado há meia hora e não tinha mais como comprar – sem nem um “e se…”, ele repetiu que o sistema era assim: fila, senha, compra. Então, volte amanhã!
O tempo em Nova York estava se esgotando – sem aparelhos nas lojas, sem aparelhos online. A busca se estendeu para as operadoras, mas nada de iPhone 6. Pela Internet, também não. Última tentativa no quarto dia na loja principal do centro de Nova York. Expectativa em alta, porque chegaram novos aparelhos e, agora, tem! Fila. Mas vale a pena! O aparelho que meu amigo buscava custava lá 649 dólares. Na Irlanda seriam 699 euros. Estamos nos Estados Unidos!
A fila acabou, a senha dele chegou e o único aparelho disponível era o iPhone 6 de 128Gb que custava 849 dólares, mais taxas, e era dourado. Não dá! A impressão que passa é que estão tentando “empurrar” o mais caro!
Partimos para Chicago – talvez a sorte fosse maior e a procura menor. Na primeira loja na região central, o mesmo discurso – em falta. Operadoras? Em falta. No dia seguinte cedo, a tentativa na loja principal. Meu amigo foi até lá, tinha o aparelho. Na última hora, o vendedor explica que ele poderia não funcionar na Irlanda. Mas é possível testar! Como? Comprando o aparelho!
Nem dinheiro, nem tempo, nem vontade são suficientes para conseguir um iPhone 6. É preciso quase um milagre! Enquanto isso, a fama se espalha. A marca ganha força. E conseguir comprar um celular, é quase ganhar um troféu.
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