Meu dia de coelhinha da Playboy na Turquia
Fim de semana, meu aniversário, temperaturas super agradáveis de comecinho do outono, Istambul, cheguei! Já gostei de cara da cidade, quero dizer a parte central, pois o caminho aeroporto-centro não me impressionou muito. Era Ramadan, o mês onde os Muçulmanos praticam o jejum. Só comem, bebem e transam depois que o sol se põe. E antes que ele nasça novamente! Daí entendi os restaurantes vazios ou fechados. Era meio-dia e meu estômago reclamava de tanta fome. Aí começaram minhas experiências peculiares em Istambul…
Situação 1. “Mão boba”: Sentei com meu amigo Markus no terraço de um restaurante. Apenas uma mesa ‘tava ocupada; três alemãs que já degustavam seu almoço. O garçom já puxou conversa e não parecia querer parar. “Ah! Brasil? Que legal! Futebol… blablabla.” Mesmo ele sendo super simpático, esperávamos que quando a comida chegasse, ele nos deixasse comer em paz. As alemãs só observavam e nos olhavam dando risinhos. Pedido feito, ele se dirigiu à cozinha e em seguida, eu pro banheiro no andar de cima. Levei alguns segundos – só queria lavar as mãos – e ao sair, quase levei uma trombada do garçom na porta do banheiro. Ele vinha subindo as escadas correndo. “Está tudo bem com você?” Lógico que estava tudo bem comigo! O que teria de estranho em um cliente usar o banheiro do restaurante?!
A comida chegou. Mas não, ele não arredou o pé da nossa mesa. Nesse meio tempo as alemãs já tinham ido embora. Eu me sentia um pouco desconcertado, mas levei na diversão com o Markus. Até ríamos. Mas no final eu já ‘tava incomodado. Já satisfeito (me refiro à comida), “a conta, por favor”. Tudo resolvido, vamos embora. Até ele nos segurar mais um bocadinho. “Você (Markus), pode tirar uma foto minha com ele (eu)? É pra mostrar à minha esposa.” Hum hum… Sei… Continuei sentado, pois ele já ‘tava do meu lado mesmo. “Levanta!” ‘Tá bem… “Hm, não ficou boa. Tira mais uma!” Enquanto isso a mão dele já havia descido da minha cintura pra minha bunda. Só que isso a esposa dele não iria ver. “Markus, a mão dele ‘tá confortavelmente segurando a minha bunda. Só que infelizmente ele não é meu tipo. Então, tira logo essa foto e vamos debandar!”
Situação 2. “Guapo! Guapo!”: Depois do almoço seguimos pra famosa e antiga basílica Hagia Sophia. Nossa, que esplendor! Porém, Markus detectou algo mais interessante na banca de revistas. Um cara gatinho, que aparentemente trabalhava lá, ‘tava nos olhando de rabo de olho enquanto organizava as revistas. Markus se empolgou. “Vamos olhar uns cartões-postais aqui!” Beleza. Fui junto. Freud que explique, mas algo parecia ganhar vida na calça moleton do carinha. Viva os hormônios! Duas senhoras brasileiras, bem peruas, também olhavam cartões-postais. Tinham vindo num cruzeiro e usavam mais balangandãs que árvore de natal de shopping. Ao perceber que vínhamos do mesmo país, o dono da banca, um senhor com aspecto de não lá tão bem-cuidado, se aproximou. “Aaahh! Brasil também!” Ele me pegou pelas duas bochechas e começou a cena. “He’s beautiful! Look! Beautiful boy! Guapo! Guapo!” Confesso que o fato dele me achar bonito não me comovia muito. Eu só pensava naquelas mãos sujas apertando meu rosto. Muito mais me surpreendeu uma das mulheres, super finas. “Cuidado, que ele só quer é comer seu c#!” Com essas palavras mesmo! Beleza. Mas isso ele não vai ter. Até esquecemos o carinha gato e tomamos nosso rumo.
Isso foi apenas uma pitada das várias outras histórias do gênero em Istambul! Ser perseguido por um taxista (ele no carro, eu a pé), por exemplo… Ou de madrugada enquanto eu voltava da balada, comendo meu belo muffin de chocolate, ser parado na Praça Taksim por um cara que queria me levar pros matos ali próximo…
Ai, deixa pruma outra ocasião.
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